A denúncia é do Ministério Público Federal. Um psiquiatra teria recebido R$ 10 mil para ensinar a promotora Déborah Guerner a agir como se sofresse de transtorno bipolar, a simular mudanças bruscas de comportamento. Déborah Guerner é acusada de participar do mensalão do Democratas de Brasília. Ela e o marido respondem por fraude processual, falsidade ideológica e formação de quadrilha. Estão presos há uma semana.
Para o Ministério Público não há dúvidas: tudo não passou de uma farsa. O comportamento alterado da promotora de Justiça Débora Guerner era fingimento, uma tentativa de simular uma doença mental.
Investigada por participar do esquema do mensalão do partido Democratas em Brasília, a promotora apresentou laudos de dois psiquiatras atestando que ela tem transtorno bipolar. Mas imagens gravadas dentro da casa da promotora e encontradas pela polícia mostram que ela foi treinada.
O psiquiatra Luis Altenfelder, orienta a promotora na véspera da perícia que seria feita no Instituto Médico-Legal (IML). Diz que ela precisava falar sobre a morte do pai. “Você tem de falar com espontaneidade: ‘Com o falecimento do meu pai, que era tudo para mim, me senti desamparada’”, disse o psiquiatra.
O treinamento foi detalhado. O médico disse até que roupa ela devia usar na perícia médica.
Luís Altenfelder: Você tem de ver como você vai vestida.
Débora Guerner: Vou totalmente “desparafernada”.
Luís Altenfelder: Elegante, como você é, mas meio escandaloso, entendeu? Elegante, mas bem ‘cheguei’.
Depois, o doutor Luis Altenfelder concluiu que ela estava pronta.
Luís Altenfelder: Você entendeu. Está super legal do jeito que você está. Está perfeito.
Débora Guerner: Ah, é! Porque se eles forem competentes, igual ao senhor, vão entender que é isso, não é doutor?
Luís Altenfelder: Mas eles são competentes. Não tem erro, qualquer residente de primeiro ano de psiquiatria ouvindo você vai falar: Essa menina é bipolar!’
Por causa da simulação, a promotora foi presa há oito dias. O Ministério Público argumentou que ela estaria tentando forjar provas para escapar dos processos judiciais sobre o esquema do mensalão.
O Conselho Regional de Medicina de São Paulo vai investigar, ainda, a atuação da médica Carolina de Mello Santos, que também assinou um laudo apresentado pela promotora Déborah Guerner. A médica não quis comentar a denúncia.
Nenhum comentário:
Postar um comentário