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quarta-feira, 27 de abril de 2011

Chávez critica ataques aéreos na Líbia e diz que plano da OTAN é matar Kadafi

O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, acusou nesta terça-feira (26/04) a OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte) e parte da comunidade internacional que defende a intervenção militar aérea na Líbia de tentarem matar o coronel Muamar Kadafi, líder do país norte-africano desde 1969.

Em uma reunião de ministros de Relações Exteriores que prepara a criação da Celac (Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos), em Caracas, Chávez voltou a pedir uma solução política e pacífica para o conflito líbio, através de uma mediação realizada por uma comissão internacional. As informações são da agência de notícias France Presse.

"Vocês sabem que Kadafi é nosso amigo, mas isto não tem nada a ver com amizade. Quem tem direito de jogar bombas assim? Estão procurando Kadafi para matá-lo. (...)Não estamos de acordo com tudo o que Kadafi faz ou fez, mas quem pode assumir o direito de jogar bombas todas as madrugadas? Elas caem em um centro comercial, em um hospital, em uma universidade. Tudo isso para conseguir a queda de um regime”, disse o líder latino-americano.

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Segundo o presidente venezuelano, a intervenção estrangeira na Líbia, iniciada em março, pretende apenas "apoderar-se de seu petróleo". "Estamos fazendo um modesto esforço para chegarmos a uma saída política para este problema", afirmou Chávez sobre sua proposta.
Histórico
A Líbia enfrenta, desde fevereiro, confrontos armados organizados por grupo rebeldes que pedem o fim do regime de 41 anos do coronel Muamar Kadafi. As tropas opositoras, baseadas em Benghazi, segunda maior cidade do país, chegaram a conquistar boa parte do leste do país, e avançaram para perto da capital Trípoli.

Após as primeiras reações do governo, os opositores acusaram o governo líbio de atacar alvos civis de forma indiscriminada. A versão foi confirmada por vários ministros e diplomatas  que desertaram, assim como alguns militares. Entretanto, o governo, mais bem armado e em maior número, iniciou uma forte e rápida contraofensiva e fez com que os rebeldes recuassem de volta ao leste.

Antes que os rebeldes fossem confinados em Benghazi, o Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas aprovou, no dia 17 de março, a Resolução 1.973, que autorizava uma zona de exclusão aérea no território líbio. Um dos trechos da resolução previa um cessar-fogo entre as tropas de governo e os rebeldes, além da utilização de “todos os meios necessários” para a “proteção dos civis”.

Dois dias depois, teve início a intervenção aérea militar liderada por França, Estados Unidos e Reino Unido, que desde então passaram a atacar alvos militares do regime. Em nenhum trecho da resolução houve menção à queda do ditador Kadafi ou à preferência por um dos lados do conflito.

O país permanece dividido e em guerra. O governo de Kadafi comanda a porção leste do país desde Trípoli. Já o Conselho de Transição, órgão que representa os opositores e conta com o reconhecimento de parte da comunidade internacional como “representante oficial” do país, ocupa o oeste desde Benghazi. Os rebeldes só conseguem avanços significativos com a ajuda dos ataques da coalizão internacional, que estuda armá-los. As cidades de Brega e Misrata são as mais atingidas pelos combates.

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