Com o fechamento definitivo das portas já decretado, os 61 mil clientes devem passar por situação muito parecida com a que viveram os clientes do Di Thiene, do Hospital São Caetano, no fim do ano passado. Até aqui, muitos consumidores da antiga operadora ainda estão sem qualquer plano de saúde por conta da liquidação da carteira.
No Grande ABC, usuários do convênio já não conseguem mais agendar consultas e procedimentos na rede credenciada e, com o Hospital Mauá (do grupo) fechado, muitos reclamam de seguir pagando boletos. "Mas é preciso manter a mensalidade em dia para evitar mais dor de cabeça", orienta a diretora do Procon de Santo André, Ana Paula Satcheki.
Segundo funcionários da empresa que preferem não se identificar, a dívida da operadora ultrapassa os R$ 700 milhões, sendo R$ 200 milhões para credores e fornecedores e R$ 500 milhões ao Fisco.
Em nota, a empresa diz apenas "que está passando por um processo de transição e irá manifestar-se assim que este for concluído".
Situação financeira da Samcil piorou após a morte de fundador
O anúncio sobre as altas dívidas e o fechamento dos hospitais pertencentes ao grupo Samcil aconteceram após a morte do fundador da empresa, o empresário Luiz Roberto Silveira Pinto, que morreu em seu escritório no início deste mês. A ANS deu início ao pente-fino na operadora em janeiro, motivada pelo atraso no pagamento de fornecedores, a evasão de associados e a rotatividade da rede credenciada.
Grupo Amil tem interesse em carteira de clientes
A empresa Ampla Saúde, pertencente ao grupo Amil, pode ser a última esperança dos usuários do plano de saúde Samcil. Fontes do setor garantem que ela fez proposta para comprar a carteira de clientes do grupo no início do mês. Com isso, ela seria a única com tempo hábil para confirmar a compra dentro do prazo dado pela ANS à Samcil.
Procurada, a Amil não negou a negociação, mas disse não ter informações sobre o assunto. Vale lembrar que no último ano o grupo comprou a carteira de clientes da Dix Amico e da Medial Saúde. Já a Samcil avisa que "a empresa está passando por transição de presidência e diretoria, devendo se manifestar assim que o processo transitório terminar".
Funcionários vão entrar com pedido de rescisão indireta
Como o fechamento das portas já anunciado, o SindSaúde (Sindicato dos Trabalhadores do Setor Privado de Saúde do Grande ABC) afirma que entrará na Justiça pedindo a penhora de bens para garantir o pagamento dos salários atrasados aos 90 funcionários do Hospital Mauá e a rescisão indireta dos contratos para o pagamento dos direitos trabalhistas.
"Eles ficaram com dois meses de salários e benefícios atrasados", diz o presidente Waldir Tadeu David.
Um dos integrantes da diretoria da empresa, que prefere não se identificar, afirma que o grupo tem pago apenas quem ainda presta serviços e deve deixar de lado os que deixaram os postos até fechar as portas definitivamente
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