A organização, que se baseia em uma rede de coordenadores locais em cada parte do mundo, já vinha indicando mais de 200 mortes durante a semana. Estima-se que mais de 40 mil pessoas tenham fugido da região norte do país.
Autoridades nigerianas se negaram a confirmar estas cifras ou a dar um balanço das vítimas com medo de alimentar os conflitos entre cristãos e muçulmanos, sobretudo no norte de maioria islâmica. Muitos corpos foram queimados ou lançados em poços, tornando muito difícil chegar a um balanço oficial, segundo a agência de notícias France Presse.
Há relatos de conflitos durante a noite de quinta-feira (21) no Estado de Kaduna, no norte do país. Segundo a rede de TV árabe Al Jazeera, um líder comunitário da região denunciou a “matança inacreditável e destruição colossal” a uma rádio local.
As forças de segurança da Nigéria permaneciam em alerta nesta sexta, a poucos dias das eleições de governadores da federação, para impedir a retomada dos conflitos que se seguiram às eleições presidenciais de sábado (16).
Eleições para governador são adiadas em dois estados
Os confrontos entre muçulmanos e cristãos no norte da Nigéria obrigaram os Estados de Kaduna e Bauchi a adiarem indefinidamente as eleições da próxima terça-feira (26) para governador, anunciaram as autoridades nigerianas.Apenas algumas horas antes o presidente reeleito Goodluck Jonathan, um cristão ligado ao sul do país, pediu em rede nacional de televisão o fim da violência e garantiu que a ordem estava sendo restabelecida no país e que as eleições para governadores iriam acontecer normalmente.
Jonathan afirmou que as forças de segurança nigerianas iriam evitar maiores transtornos de forma “decisiva” e classificou a onda de violência como “inaceitável”.
- Esses distúrbios são mais do que protestos políticos. Eles claramente tentam frustrar o resto das eleições, é inaceitável.
Violência ‘espontânea’
O candidato derrotado nas eleições presidenciais, Muhammadu Buhari, muçulmano do Estado de Katsina, no extremo norte da Nigéria, disse que a onda de violência no país ocorre de maneira “espontânea”. O ex-militar aposentado afirmou que a população está “reagindo aos resultados”, e negou o envolvimento com a organização dos protestos contra o que classificou como “eleições fraudulentas”.
- Eu não pedi a eles que começassem isto [a onda de violência], mas pedi, sim, que parassem, principalmente os incêndios em igrejas e outros locais religiosos.
No entanto, observadores internacionais confirmam que as eleições de sábado foram corretas e apontaram “significante progresso” desde o pleito de 2007 no país, informou a rede Al Jazeera.
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