BRASÍLIA — Os países emergentes, principalmente as economias do Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), são as principais vítimas das políticas econômicas das nações desenvolvidas, disse nesta segunda-feira (18) o professor da Universidade de Brasília (UnB) e especialista em economia internacional Newton Marques. Em entrevista ao programa Revista Brasil, da Rádio Nacional, ele afirmou que as medidas econômicas adotadas pelos países ricos para combater a crise agravam os desequilíbrios externos nas nações em desenvolvimento.
Sobre o encontro do G20 (grupo das 20 principais economias do mundo), que ocorreu na semana passada nos Estados Unidos, Marques destacou que o Brasil tem sido visto como uma liderança emergente, ao lado da China, Índia e Rússia. Segundo ele, esses países procuram influenciar as decisões porque são os mais afetados pelas políticas econômicas que ele considera equivocadas. “Com a recessão nos Estados Unidos, o Banco Central norte-americano injeta um volume maior de dólares na economia, com reflexos no mundo todo, principalmente nos países emergentes”, enfatizou.
Para o professor, o Brasil é um dos países que mais sofre com o excesso de dólares no mercado e o forte processo de valorização cambial, com consequências para as exportações, pois a valorização excessiva do real torna os produtos brasileiros mais caros no exterior. “No fim, perdemos produtividade perante o mercado norte-americano”, disse. Segundo ele, as medidas adotadas pela União Europeia para salvar o euro também terão reflexo sobre os países emergentes.
De acordo com o especialista, o Brasil tem trilhado um bom caminho, mas precisa aprender a lidar com a desvalorização do dólar e a controlar a inflação. “As economias vão ter que se desenvolver de tal modo que se resolva tanto o câmbio quanto a inflação, se preocupando com o equilíbrio externo”, disse. Segundo o professor, não adianta ter desenvolvimento econômico financiado com dívida externa, nem baixo endividamento sem crescimento. “É um processo que acaba sendo insustentável [nos dois casos]”, afirmou.
Ele lembrou que os países desenvolvidos conseguem resolver os problemas com maior facilidade do que países em desenvolvimento, como os países que formam o Brics. “Um país desenvolvido tem crise passageira. O Japão, num instante, resolveu a maior parte dos problemas provocados pelo tsunami. O Brasil, no entanto, tem problemas sérios e não consegue resolver as coisas rapidamente”, afirmou.
Para Marques, o Brasil sofre não apenas com problemas culturais, mas também com a escassez de capital. Ele afirmou que o país apenas está começando a enfrentar os problemas estruturais. “O Brasil tem trilhado esse caminho, mas tem muito a fazer”, declarou.
Quanto à reclamação da população sobre os gastos públicos e o aumento da carga tributária, o economista lembra que a sociedade quer um governo que não gaste muito, mas, ao mesmo tempo, forneça bons serviços. “Infelizmente, é difícil identificar o que precisa ser feito, mas é imediato gastar recursos públicos e arrecadar impostos. A sociedade quer um governo que não gaste e, ao mesmo tempo, utilizar os serviços públicos”, explicou.
Para o professor, o Brasil é um dos países que mais sofre com o excesso de dólares no mercado e o forte processo de valorização cambial, com consequências para as exportações, pois a valorização excessiva do real torna os produtos brasileiros mais caros no exterior. “No fim, perdemos produtividade perante o mercado norte-americano”, disse. Segundo ele, as medidas adotadas pela União Europeia para salvar o euro também terão reflexo sobre os países emergentes.
Ele lembrou que os países desenvolvidos conseguem resolver os problemas com maior facilidade do que países em desenvolvimento, como os países que formam o Brics. “Um país desenvolvido tem crise passageira. O Japão, num instante, resolveu a maior parte dos problemas provocados pelo tsunami. O Brasil, no entanto, tem problemas sérios e não consegue resolver as coisas rapidamente”, afirmou.
Para Marques, o Brasil sofre não apenas com problemas culturais, mas também com a escassez de capital. Ele afirmou que o país apenas está começando a enfrentar os problemas estruturais. “O Brasil tem trilhado esse caminho, mas tem muito a fazer”, declarou.
Quanto à reclamação da população sobre os gastos públicos e o aumento da carga tributária, o economista lembra que a sociedade quer um governo que não gaste muito, mas, ao mesmo tempo, forneça bons serviços. “Infelizmente, é difícil identificar o que precisa ser feito, mas é imediato gastar recursos públicos e arrecadar impostos. A sociedade quer um governo que não gaste e, ao mesmo tempo, utilizar os serviços públicos”, explicou.
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